A convite da FUMAP – Federação das
Uniões de Mocidade Adventista da Promessa – produzimos mais um artigo pra
vocês.
Alguém me inqueriu há algum tempo eu
acreditava que ele estava cego de amor.
No momento fiquei sem saber o que dizer,
depois fiquei meditando nessa expressão e pensei: Será que o amor pode cegar?! Será
que é possível ficar...
... CEGO DE AMOR?!
Emudeci por algum tempo e ele, com os
olhos fitos em mim, aguardava por uma resposta. Fui bem enfático e sucinto: Eu
pensava que o amor nos fazia enxergar, não o contrário...
Se você está no mesmo dilema que essa
pessoa e começou a se questionar também, é um bom sinal; está a meio caminho da
saída, afinal se realmente estivesse cego não teria visão para fazer uma
pergunta dessas!
E se o primeiro passo foi dado, então
prossiga: chegou o momento de reconsiderar esse sentimento que tomou conta de
você refletindo, à luz da Bíblia, na vida de um grande homem que sofreu as
consequências de um “amor cego”.
Sansão se afeiçoou (ou se apaixonou) por
Dalila[1]; essa
afeição fez com que a relação com ela se tornasse mais importante e mais
“forte” que a força divina de um nazireu de Deus[2]. É
interessante que mesmo sendo enganado por três vezes consecutivas quando
inventava falsas maneiras de liquidarem com sua força, deixou-se enganar uma quarta
vez ao revelar o verdadeiro segredo dela[3].
É isso que está acontecendo com você? É
assim que você tem se sentido? É assim que tem agido em suas relações? Seu relacionamento
tem estado acima das atividades e frequência na igreja, das horas de oração, da
leitura bíblica, da sua comunhão com o Senhor?
Se chegou nesse nível tenha cuidado redobrado,
talvez o que você sinta não seja nem paixão[4];
daqui a pouco seu par vai começar a lhe pedir provas de amor como Dalila... Não
me diga que isso já aconteceu!
Bem... o verdadeiro amor é provado no
dia a dia com ações que refletem as características desse sentimento[5];
são atitudes realizadas por livre e espontânea vontade e jamais estabelecidas por
intermédio de exigências, muito menos de loucuras e exageros. Todo amor autêntico
e genuíno é sentido e partilhado e não se baseia em cobranças.
Sansão era um nazireu de Deus e você, apesar
de não ter esse título, é um escolhido do Todo-Poderoso; Ele nunca abandona a
quem escolhe, mas nós, do contrário, o fazemos com facilidade, por “amor” a
pessoas e/ou a coisas.
Nenhum de nós é dotado de superpoderes,
aliás somos pequenos demais diante das grandes provações da vida principalmente
quando se refere a sentimentos. Podemos até nos sentir muito fortes nesses
momentos a ponto de querermos sair por aí gritando: "Eu tenho a
força!", mas não somos nem um He-Man para ter tal “força” (ele mesmo tem
seu ponto fraco), muito menos pra evocar os poderes daquele que não tem poder algum
sobre nossa vida.
Se você constatar que se encontra na escuridão
como Sansão, que foi acometido de uma cegueira sentimental se deixando levar por
“brincadeirinhas de amor”, peça forças ao Senhor que tudo pode, é a Ele que
você deve evocar, louvar e honrar[6].
Lembre-se também que nem tudo foi
derrota na vida do amante Sansão: por amor ao Pai, retomou a visão de sua
imagem de servo do Altíssimo; por amor ao Pai, ressuscitou para a vida eterna e
morreu para o mundo; por amor ao Pai, entregou seu maior bem, algo mais
precioso que sua visão[7].
Para a mulher “amada”, ele entregou sua
força; a Deus, sua vida.
Considere essa lição que as Escrituras
Sagradas descrevem... sua cegueira tem cura, o milagre pode acontecer, portanto,
ore, clame e derrube as colunas desse templo de Dagom que impedem sua
verdadeira comunhão com a Triunidade Divina e tenha sua visão restaurada para
Deus!
[1] Juízes 16.4.
[2] Juizes 13.2-5.
[3] Juízes 16. 4-21.
[4] Tenho minhas restrições com relação ao
conceito de paixão e creio que é um sentimento muito diferente de amor. Há
inclusive um artigo que trato dessa questão, para conhecê-lo basta acessar o
meu blogue:
http://bragaesther.blogspot.com/2014/05/geracao-apaixonada-por-jesus.html.
[5] I Coríntios 13. 1-8a.
[6] Juízes
16.28a.
[7] Juízes 16.30b.