Série “Maria: Mulher, Mãe e
Missionária”
Há alguns meses, fui convidada para ministrar a Palavra na minha igreja (Igreja Adventista da Promessa) cuja temática girava em torno da mulher na Bíblia; como fui a primeira na sequência das pregações, disse que falaria da mulher mais importante para o povo de Deus – Maria, mãe de Jesus. Guardei o rascunho e no momento oportuno publicaria aqui no Blog.
Como aqui em Belém, no mês de outubro, nossos irmãos católicos festejam o Círio de Nazaré – festa cultural e religiosa –, resolvi lançar a Série com o título da mensagem que proferi “Maria: Mulher, Mãe e Missionária”. Introduzindo essa Série, dei voz à Maria pra que vocês saibam como concebemos Maria.
Dei a LUZ ao mundo...
Fonte: https://www.jesuseabiblia.com/jesus/o-nascimento-de-jesus/.
“Sei quão agraciada
sou dentre as mulheres da Terra, pois fui escolhida para te gerar. Não acreditava
que uma moça simples como eu, tão igual, mas tão singular pudesse ter essa
honra.
Mal pude conter a
emoção de ceder meu ventre para te receber, e tanto as palavras do anjo quanto
a minha obediência e o meu temor me levaram a tomar a atitude mais acertada da minha
vida – ser mãe; ser tua mãe!
Durante alguns meses pude te ter dentro de mim. Não
há registros dos teus primeiros passos, mas me recordo de cada detalhe que te diz
respeito desde a tua concepção.
Os sintomas da tua existência não são de todo agradáveis:
foram enjoos, dores, cansaço... porém quando pensava que estavas em mim com toda a tua majestade, era difícil não
me emocionar, por isso jamais deixei de agradecer por tua vida, por ter sido
escolhida e pela vida de toda a humanidade.
Passado o período em
que me animavas te remexendo em meu ventre, alegrando a teu pai e dando-me
forças para suportar todos os percalços de ser tua mãe, chegou a hora de te conceber...
e eu sabia que minha sina não seria em nada parecida com a de nenhuma outra mãe...
Finalmente, chegou o
dia... vieste ao mundo; o mundo pelo qual deste tua vida. Isso aconteceu depois
de uma longa jornada que fizemos rumo à cidade em que faríamos nosso
recenseamento. Como havia muita gente com o mesmo objetivo, não conseguimos lugar
para repousar.
Não foi aquele lugar
que eu e teu pai sonhávamos para nasceres, mas o Pai Eterno o escolheu e, assim,
naquela pequena estrebaria dei à luz... literalmente, dei a LUZ ao mundo.
Ali, em meio à
natureza que ajudaste a criar, ouvimos teu primeiro choro e vimos teu primeiro
sorriso. Naquele instante, a estrela que nos guiava se aquietou e pousou sobre
ti, os astros louvaram teu nome... fauna e flora te reverenciaram, e a figura
da mãe já não era mais o foco, porque quando o filho nasce, passamos a ser
apenas coadjuvantes na História, mas isso em nada nos diminui, pelo contrário,
isso é que nos engrandece.
Não pude conter a
emoção de te carregar no colo e te chamar de filho; de chamar de filho o meu
Rei... Não havia um ser que não tivemos sentido a tua presença entre nós – Céus
e Terra estavam sendo religadas no rompimento do cordão umbilical: de mim te
separavas, mas unias a humanidade inteira ao Seu verdadeiro Pai.
Dali em diante, coube a mim e ao teu pai José a tua educação, uma responsabilidade no mínimo complexa, mas em nada difícil dada a tua índole, o teu caráter... a tua essência. Tua infância e adolescência também não constam em registros, mas estão gravadas na minha memória.
Acompanhei de perto teu
crescimento; com a ajuda do Espírito Santo te criamos no temor do Senhor e
depois fui testemunha de todo o suplício a que foste destinado sem nada poder fazer
para amenizar tuas chagas e te mostrar o meu amor, pois eras movido por um amor
ainda maior, inatingível e inexplicável.
Eu sofria por amor de
ti, meu filho, porém tu sofrias por amor de todos, sem exceção...
Mesmo sendo
agraciada, a mais bem-aventurada, de uma coisa não fugi: da sina de toda mãe
que concebe os filhos para a vida, pois cada um tem um caminho a trilhar, cabe
a nós prepará-los para que sigam o rumo certo, façam a diferença onde estiverem,
sejam pessoas humanas e boas a fim de que sejam felizes e façam os outros
felizes... dessa forma, nossa principal tarefa é que nossos filhos sejam luz... quanto a isso, não tenho dúvida,
porque tu, meu filho, és a verdadeira LUZ!”.
Maria de Nazaré