ECOS DA ETERNIDADE
texto VII
Participando da
Maratona promovida pela Escola Bíblica Sabatina da minha igreja, reli o livro
de Ester e nele encontrei inspiração para dar continuidade à Série Ecos da
Eternidade, dessa vez falando de
Um
grande livramento...
“Eu servia no
Palácio de Xerxes, filho de Dario I e neto de Histaspes e Ciro, quando presenciei
algo extraordinário que aconteceu com um povo.
Tudo começou numa
festa quando nosso rei convidou todos do reino para comemorarem seus grandes
feitos; na ocasião, pediu-nos que trouxéssemos a rainha à sua presença para
apreciarem sua beleza, mas Vasti, que também dava uma festa às mulheres no
Palácio, recusou-se a ir conosco.
A partir daí, ocorre
uma série de acontecimentos inacreditáveis e se eu não tivesse sido testemunha
ocular de tudo, diria se tratar de uma ficção.
Depois do ocorrido,
sugerimos ao rei que trouxessem as mais belas moças de todo o reino para serem preparadas
por um ano e, assim, aquela que lhe agradasse seria feita a nova rainha; ele
aprovou e os preparativos começaram.
E dentre as mais
belas que ficaram em nossa responsabilidade, havia uma diferente de todas as
outras em beleza, em postura, em bondade... nenhuma delas se comparava a Hadassa,
e assim fomos os primeiros a nos apaixonar por seu jeito agradável, meigo e doce...
No dia de sua
apresentação ao rei, demos a ela umas dicas, mas, sinceramente, nem precisava,
sua singeleza, pureza e simplicidade atraíram a atenção do nosso rei e na mesma
hora ele a fez rainha.
A cada dia ficávamos
ainda mais encantados e admirados com sua postura e sua forma de administrar as coisas do
Palácio; ela era amada e respeitada por todos e quando precisou passar por uma
grande prova, mostrou-se muito maior do que a víamos, pois estava disposta a
dar sua vida para salvar seu povo.
E essa história é
ainda mais impressionante porque os judeus passaram a ser odiados pelo perverso
Hamã, primeiro ministro do rei, exatamente por causa de Mardoqueu, primo da
rainha, que, por motivo de devoção ao seu Deus, não se curvava diante desse
petulante nobre; dizem, inclusive, que essa ordem dada por Xerxes foi sugestão do
ministro inescrupuloso.
Encurtando a
conversa, Hamã tramou tantas que o Senhor o fez provar do seu próprio veneno: foi
humilhado ao ter que prestar honras a Mardoqueu (que havia descoberto um complô
contra o rei), puxando um cavalo pela cidade e dizendo o quando era honrado por
Xerxes; e foi enforcado na forca que preparou para o primo de Hadassa.
Isso tudo me deixou
bastante impressionado porque eu realmente vi a mão de do Todo-Poderoso Deus agindo
em cada momento desse... inclusive, quando Hamã tramou matar todos os judeus
por ódio e orgulho, fez o rei assinar um decreto para que no dia 13 do décimo segundo
mês do reinado de Xerxes, todos eles morressem.
Hadassa, após três
dias de jejum que decretou ao seu povo e a todos nós que a servíamos no
palácio, foi até a presença do rei sem ser chamada, correndo um tremendo risco,
mas confiante no seu Deus; depois fez dois banquetes com a presença de Hamã para
desmarcá-lo, contando ao rei tudo o que ele havia tramado e revelando que
também morreria porque era judia.
Como o nosso amado
rei não poderia voltar atrás em seu edito, fez outro documento que dava aos
judeus a oportunidade de se defenderem no dia marcado. Isso me surpreendeu mais
ainda, afinal, como um povo pacato, que vivia do comércio e de sua crença,
conseguiria aniquilar milhares de homens bem armados e treinados pra guerra? Somente
um Deus muito poderoso poderia ser o responsável por tal feito.
Com essa atitude,
nossa querida Hadassa cresceu ainda mais no nosso conceito e passamos a adorar
o seu Deus e a pertencer ao seu povo”.