DICAS DA SEMANA

sábado, 17 de novembro de 2018

Minha vida por um fio...



ECOS DA ETERNIDADE

texto III


No dia 10 de novembro (2º sábado do mês), comemoramos na nossa igreja Adventista da Promessa O DIA DA MULHER PROMESSISTA... Na ocasião, relembramos os feitos dessas mulheres valorosas que muito fazem a obra do Mestre.

Dando sequência à série Ecos da Eternidade, trazemos mais uma voz que ecoa em nossas vidas: uma mulher prostituta, de vida sofrida e excluída da sociedade provando que o bem muitas vezes vem de onde menos se espera.     



Minha vida por um fio...



   Fonte: http://novotempo.com/amiltonmenezes/audios/o-cordao-vermelho-da-graca/



“Alguns seguidores do Mestre podem achar que não passo de alegoria ou que talvez não devesse entrar para o rol das personagens da Bíblia Sagrada por minha condição primeira, mas Deus não vê como vê o Homem, pois conhece o nosso íntimo[1].

E quando minha vida estava por um fio, por um fio de escarlata esse Deus me resgatou, e um ato simples, que poderia passar despercebido para quem tem falta de visão, tornou-se um grande feito e embora meu estado nauele momento não me permitisse, passei a ter meu nome reconhecido na História e pude fazer parte não só do povo de Deus, mas tive a honra de ser contada na genealogia do nosso Salvador Jesus.

Tudo começou há muito tempo em Jericó, uma das cidades mais prósperas e abastadas da época, cujo muro era considerado indestrutível pelo seu povo e que se vangloriava de ter os mais valorosos guerreiros das redondezas que perfilavam as suas ruas orgulhosos de suas glórias e medalhas.

Nesse tempo, minha modesta “hospedaria” vivia cheia desses e de muitos outros homens que procuravam diversão em bebidas e em orgias fora de casa... Era assim que eu sustentava minha família, pois era uma mulher que não havia nascido na nobreza, que conhecia a face mais vil da fome e da pobreza extrema e que não "conhecia" de fato nem a Deus nem outra forma de ganhar a vida.

Mas um dia tive um encontro com o Pai Eterno... Ele não olhou pra minha condição nem me julgou por meu atos, do contrário: Ele me aceitou como estava até que eu mesmo entendesse que precisava mudar.

Deus esperou o meu tempo, não me apressou... e me usou como instrumento nas Suas mãos, mostrando aos Homens que pode fazer do improvável uma fonte de vida e que jamais se deve considerar impuro o que Ele purificou[2].

Não fui escolhida aleatoriamente, o Senhor conhecia o meu coração e como tudo que Ele faz é perfeito, sabia que eu me encontrava em um ponto estratégico: minha casa ficava na entrada da cidade, bem no muro, além disso, como prostituta que era, recebia todo tipo de gente, do nobre ao plebeu, então conhecia as histórias de toda aquela gente de Jericó.

Não deu outra: quando os dois espias foram enviados pelo seu líder Josué[3], o Deus Todo-Poderoso os conduziu até a minha humilde casa, porque eu seria, com certeza, uma excelente fonte de informação para aqueles homens.

Como sou muito visada, pelas condições que citei anteriormente, a notícia chegou aos ouvidos do Rei que logo enviou seus soldados para sondar se o que haviam dito era apenas boato ou verdade, afinal, a nossa cidade era fortificada e segura, mas se isso tivesse acontecido, entenderia que alguém havia furado o bloqueio dos seus homens e que sua cidade estava vunerável.

Mesmo sabendo do risco que corria, tive temor a Deus e escondi os espias no meu terraço e disse aos soldados do rei que de fato haviam estado comigo dois homens estrangeiros, mas partiram tão logo anoiteceu... Estremeci quando começaram a procurá-los por toda parte, porém Deus não os deixou encontrar seus filhos e nem atentarem contra mim.

Os homens do exército de Jericó se foram... rapidamente, subi até os israelitas e professei minha fé em Deus; contei a eles tudo o que podia servir para tomarem a cidade; falei também o quanto todos, apesar de parecerem fortes e corajosos, estavam apavorados com a notícia de que os israelitas, povo do Deus vivo, estavam nas redondezas, pois eu e toda a Jericó sabíamos da soberania do Todo-Poderoso[4] e, por fim, que eu cria na promessa do Senhor em dar toda aquela terra ao povo de Israel e no porvir a vida eterna na Terra Prometida.

Os espias de Josué me perguntaram como eu gostaria de ser recompensada por tê-los ajudado e poupado suas vidas. Pedi-lhes que quando o Senhor os fizesse herdar a cidade de Jericó, derrubando seus muros e destruindo a cidade, dessem-me a vida também, fazendo com que eu e os meus familiares tivéssemos a oportunidade da comunhão com o verdadeiro Deus.

Apesar de pertencer àquele povo idólatra e perverso e de viver uma vida que não agradava ao Pai, eu reconhecia que só Ele é o Senhor. Eles então me instruíram dizendo o que eu deveria fazer, firmamos um pacto e oramos a Deus, agradecendo pela Sua infinita misericórdia[5].

Desse dia em diante, o Senhor mudou a minha sorte; casei-me com um israelita e tive um filho chamado Boaz[6], tornando-me, assim, tataravó do Rei Davi de onde viria a raiz de Cristo – o prometido de Israel”.  

   







[1] Romanos 8.27.
[2] Atos 10.
[3] Josué 2. 1-2.
[4] Josué 2.11.
[5] Josué 2. 4-19.
[6] Mateus 1. 5-6.