A semana foi intensa no CEFOR, e em outro momento no “Café com
Formação”, recebemos o Dr. Wallace Pantoja que abordou diversos aspectos da Educação
do Campo. Sua fala me intrigou bastante... e dessa conversa, entrei por uma
vicinal, acabei topando com o 19 DE ABRIL e refletindo que num tempo muito
remoto
TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO
Nossa Amazônia é berço desse povo destemido e
valente que com terra preta de índio a semeou e boa parte dela se fez... mas a
virgem mata nunca mais foi a mesma depois do contato com o homem branco que até os donos da
terra quis escravizar.
Abortaram-lhes os filhos e tripudiaram dela. Quanto àqueles que lhe davam amor verdadeiro, que
lhe tinham respeito e que cuidavam tão bem dela, aos poucos foram sendo dizimados e expulsos
do seu próprio lar com barganhas a qual batizaram de “Lei”.
Esses chacais foram se mostrando de mansinho, impondo suas
crenças, valores, cultura, ideologia... como se fossem donos da verdade e seres
superiores; cortaram-lhes a língua e os impediam de serem escutados, mas embora os abutres os quisessem calar, a mãe natureza grita e o silêncio desse povo ecoa
pelo mundo... suas vozes não são de todo ignoradas porque ainda há ouvidos sensíveis
que impedem o seu expirar.
Mas nem sempre foi assim, antes, todo dia era dia de índio, no entanto esses hematófagos, que não se dão por vencidos até sugar a última gota de sangue da presa, chegaram oferecendo presentes e vantagens de embuste, entregando espelhos pra que se enxergassem e hoje lhes levam os espelhos da alma, arrancando-lhes a identidade e os saberes...
Perdão, irmão índio, meu povo conviveu com o teu,
porém não foi capaz de aprender contigo a lição do respeito, do amor, da tolerância,
da dignidade...
Perdão...
Perdão...
Perdão...
Perdão...