ECOS DA ETERNIDADE
texto IV
Estou um tanto ausente do Blog ultimamente por conta de afazeres e até
por falta de inspiração. Tenho guardado alguns textos, refaço, revejo... mas
não tenho conseguido concluir.
Hoje trago pra vocês mais um artigo da série “Ecos da Eternidade” pra
refletir sobre a soberba e entender que
O orgulho
nos cega!
Fonte: https://rudecruz.com/reis/naama-e-curado-da-lepra/
“Fui um grande capitão do exército da Síria. Recebi muitas
homenagens pelos meus feitos heroicos e por minha dedicação e obediência ao
rei. Fui um homem valoroso e destemido, temido pelos inimigos e admirado por
todo o meu povo, mas um dia me vi como o mais desprezível ser da terra quando fui
acometido de uma doença assustadora chamada lepra.
A partir de então, vivia cabisbaixo e já não sentia prazer em viver. Por
mais que os escribas passassem horas escrevendo sobre o mais relevantes atos
praticados por mim nas guerras vencidas, não via prazer em nada e queria mesmo me
encontrar com a morte...
Certa manhã, uma menina, que vivia a serviço da minha esposa trazida
como escrava das terras de Israel, disse a ela que havia um profeta em Samaria capaz
de me curar; naquele dia, toda a minha casa se encheu de esperança, até mesmo o
palácio festejou a notícia e o meu rei enviou uma carta ao rei de Israel fazendo
esse pedido e entregando ao mensageiro também dez talentos de prata, seis mil
siclos de ouro e dez mudas de roupas para presenteá-lo, porém quando Jorão recebeu
a carta, rasgou suas vestes de temor e todo o seu reino soube que ele mesmo não
cria no Deus que serviam.
Na Síria, pensamos logo em invadir e matar o rei covarde e cortar a
cabeça da escravinha petulante que ousou nos enganar, no entanto, o profeta Eliseu
nos dissuadiu quando disse a Jorão que me enviasse até ele, pois era homem de
Deus e o Todo-Poderoso me curaria.
No mesmo instante parti com cavalos e meu carro até à casa do tal
profeta, mas estranhei o fato de não ter ido pessoalmente receber um nobre
capitão Sírio, homem ilustre e reverenciado como eu, ao invés disso, mandou apenas
um recado por seu empregado dizendo pra eu mergulhar sete vezes no rio Jordão que receberia a cura.
Minha ira novamente se acendeu!
Como um reles israelita se recusa a vir até minha presença mandando recadinho
por um subalterno pra eu me lavar naquelas águas barrentas do Jordão? É muita
falta de respeito e ousadia desse profetazinho.
Por que não invocou ao seu Deus pra me cura? Por que não passou a mão sobre o lugar das
feridas pra restaurar minha saúde e assim ficar livre da lepra? Além de toda
essa afronta, por que não me mandou mergulhar no Abana e no Farpar em Damasco?,
afinal são muito melhores do que todas as águas de Israel...
Minha indignação foi tão grande que por pouco não destruí toda aquela cidade, mas meus soldados me contiveram e retornei à minha casa
inconformado e ardendo em cólera; isso tudo porque eu era um homem muito
soberbo e jamais me humilharia a tal ponto de me lavar naquele rio sujo; só me
dei conta do grande erro que cometeria após meus servos
me aconselharem me convencendo de que o que o profeta pediu era algo tão simples
e eu estava perdendo a oportunidade de ser curado por uma coisa tão banal.
Realmente minha jactância me cegava a tal ponto que não conseguia
perceber o grande equívoco que faria; se porventura me pedisse pra fazer uma
coisa difícil eu não daria a minha vida pra isso?
Foi então que mergulhei meu orgulho e meu corpo no Jordão conforme a
palavra do homem de Deus e na mesma hora fiquei são. Daquele dia em diante,
deixei toda minha vaidade ser lavada pelas águas sujas daquele rio e compreendi, quando mergulhei dentro de mim, que a minha altivez é que era imunda e o meu ser é que era vil...
Foi preciso que meu corpo todo cheirasse mal e ficasse ferido para que a
glória do Deus Altíssimo se manifestasse e fizesse nascer um novo Naamã; não só
meu corpo foi curado de lepra como o meu eu ressurgiu limpo e regenerado pelo único
capaz de operar tamanha maravilha.
Por me transformar de tal forma, eu erigi em minha cidade um altar a Ele
e reverenciei Sua presença durante toda a minha vida; e sempre que tivesse que
adorar outros deuses por conta do cargo que ocupava Lhe pedia perdão porque eu
sabia que só Ele é digno de toda honra e toda glória”[1].