É maravilhoso saber que a nossa trajetória não passa despercebida mesmo por aqueles que não tiveram o prazer da nossa convivência.
Muitas
vezes somos rememorados em diversos textos em vida ou in memorian... Hoje gostaria de rememorar as muitas Helenas que
fizeram história, em especial Maria Helena Ferreira, nascida em 9 de agosto.
HELÊNICAS...
Seu
nome é forte – HELENA!
Na
mitologia grega, ela era filha de Zeus com Leda, irmã gêmea da rainha de
Micenas Clitemnestra. Teseu, o grande herói, não resistiu sua beleza que encantava
homens e deuses, por isso não lhe faltavam pretendentes. Foi desposada então
por Menelau e logo se tornou rainha de Esparta, mas ao afeiçoar-se ao jovem Páris,
fugiu com ele para Tróia. Com isso, é desencadeada uma guerra sangrenta, que
além dos interesses econômicos havia os passionais. Foram dez anos de luta cujo
símbolo maior foi o Cavalo de Tróia, um verdadeiro presente de grego que dá
cabo à guerra... a partir daí surgem diversas versões para o fim de Helena.
Outra
Helena também foi alvo de uma história ímpar.
Mãe
do imperador romano Constantino Magno, Helena teve uma vida castigada por sua
condição social; mesmo se casando com o tribuno Constâncio Cloro, a plebeia de
Bitínia foi apenas segunda esposa desse nobre porque acordos políticos o
obrigaram a se casar com Teodora, parente do então imperador Maximiano. Sem
perspectivas, passou a se dedicar exclusivamente ao filho. Com a morte do
marido, Constantino, herdeiro por direito, é aclamado imperador e dá à sua
dedica mãe o título de “Mulher Nobilíssima”; posteriormente, recebeu o título
de “Augusta”. Os anos foram se passando e Constantino teve uma visão celeste que
lhe fez vencer uma batalha praticamente perdida; ambos se converteram ao
cristianismo e foi promulgado o Edito de Milão. Helena, muito devota, dedicou-se
inteiramente às obras de caridade e a Cristo. Após sua morte, foi reverenciada
como santa – a Santa Helena.
Manoel
Carlos, dramaturgo brasileiro, também se rendeu aos encantos de Helena a ponto
de ter, em suas novelas, oito protagonistas com esse nome. Suas Helenas eram
fortes e pareciam reais; nisso reside o enorme sucesso que fez. Há quem diga
que suas histórias se baseavam em fatos. O certo é que cada uma delas tinha uma
história de fazer chorar e a força e o carisma delas eternizaram esse grande
autor. Quem não se lembra de uma dessas Helenas que fizeram da teledramaturgia
brasileira um verdadeiro sucesso!
Minha Helena não é diferente. Mulher simples,
de uma infinita bondade, era cheia de vida. Como as personagens de Maneco,
batalhou muito e correu em busca dos seus sonhos; porém, teve sua trajetória
interrompida por um projétil que a atingiu por uma fatalidade. Sua família
sofreu um abalo tão grande que mexeu com o alicerce de sua casa; sua amada
mãezinha desenvolveu uma doença neuro-degenerativa, seus irmãos até hoje
carregam a dor daquela madrugada tão difícil e as pessoas que a conheceram
trazem a lembrança da encantadora Helena. Como tantas Helenas, ele se
imortalizou em nossa memória...